Transações financeiras em redes públicas: entenda os riscos do Wi-Fi aberto 

Em tempos de digitalização acelerada, a conveniência de realizar transações financeiras diretamente do celular ou laptop em qualquer lugar é inegável. Pagar contas, transferir valores, consultar o saldo bancário e até investir em ações são atividades que fazem parte do cotidiano de milhões de brasileiros. No entanto, essa praticidade esconde riscos importantes, especialmente quando essas operações são feitas por meio de redes Wi-Fi públicas e abertas. 

Seja em cafeterias, aeroportos, praças públicas, ônibus ou shoppings, redes gratuitas de internet tornaram-se um serviço básico oferecido em muitos locais. Mas será que essas conexões são seguras? A seguir vamos te explicar os principais riscos, como os cibercriminosos agem, e o que fazer para proteger seus dados e seu dinheiro. Vamos lá? 

1. Redes públicas

As redes Wi-Fi públicas ou abertas são conexões de internet sem fio disponibilizadas gratuitamente ao público em geral, geralmente sem necessidade de senha ou com senhas compartilhadas entre muitos usuários. Por sua natureza desprotegida, essas redes não oferecem garantias de segurança na comunicação entre o dispositivo do usuário e o ponto de acesso. 

2. Por que o Wi-Fi público é inseguro? 

Existem vários motivos que tornam essas redes inseguras, mas os principais riscos incluem: 

2.1. Ausência de criptografia confiável 

Redes públicas muitas vezes não usam protocolos de criptografia seguros como o WPA3 ou WPA2. Isso significa que qualquer dado enviado ou recebido pelo usuário pode ser interceptado com ferramentas simples disponíveis na internet. 

2.2. Ataques do tipo “Man-in-the-Middle” (MitM) 

Esse tipo de ataque ocorre quando um invasor se posiciona entre você e o servidor com o qual você está se comunicando. Assim, ele pode monitorar, alterar ou roubar dados sensíveis, como senhas, dados bancários e números de cartões de crédito, sem que a vítima perceba. 

2.3. Redes falsas ou clones (Evil Twin) 

Hackers podem criar redes falsas com nomes semelhantes ao de redes legítimas (ex: “Café_WiFi_Guest” ou “Shopping_Gratis”), atraindo usuários desavisados. Ao se conectar, o usuário está basicamente entregando seus dados diretamente para o criminoso. 

2.4. Falta de verificação do servidor 

Muitos aplicativos e sites não fazem uma checagem adequada do certificado de segurança do servidor. Em uma rede insegura, isso pode permitir que o atacante redirecione o tráfego para um site falso (phishing), que imita perfeitamente o site do seu banco, por exemplo. 

3. Quais dados estão em risco? 

Durante uma transação financeira via Wi-Fi público, uma série de informações podem ser capturadas por invasores: 

  • Nome completo; 
  • CPF; 
  • Número do cartão de crédito/débito; 
  • Código CVV e validade do cartão; 
  • Dados bancários (agência, conta, senha); 
  • Tokens de autenticação; 
  • Cookies de sessão (podem permitir login em sua conta mesmo sem senha). 

4. Exemplos reais de prejuízos 

  • Caso de São Paulo (2022): Um grupo de hackers montou redes falsas em cafés e aeroportos da cidade e interceptou dados de usuários conectados. Estima-se que mais de R$ 300 mil foram desviados em menos de uma semana. 
  • Incidente em Salvador (2021): Um estudante universitário perdeu R$ 9.800 após acessar o aplicativo do banco pelo Wi-Fi de um shopping. Investigação apontou presença de rede clonada. 

5. Medidas para se proteger 

Apesar dos riscos, é possível reduzir drasticamente as chances de ser vítima adotando boas práticas de segurança. Veja algumas orientações fundamentais: 

Evite transações financeiras em redes públicas 

A recomendação mais segura é nunca acessar apps bancários ou realizar pagamentos online enquanto estiver em Wi-Fi público. Prefira usar a conexão móvel (4G ou 5G), que é mais segura. 

Use uma VPN (Rede Privada Virtual) 

A VPN cria um túnel criptografado entre o seu dispositivo e o servidor, tornando muito mais difícil para qualquer terceiro interceptar seus dados, mesmo em uma rede pública. 

Habilite autenticação em dois fatores (2FA) 

Mesmo que um criminoso obtenha sua senha, a autenticação em duas etapas adiciona uma camada extra de segurança que dificulta o acesso indevido. 

Atualize seus aplicativos e sistema operacional 

Atualizações trazem correções para falhas de segurança conhecidas. Manter seu celular ou computador atualizado é essencial para proteger suas informações. 

Utilize navegadores seguros e aplicativos oficiais 

Jamais acesse contas bancárias via navegador desconhecido ou aplicativos de terceiros. Use apenas apps oficiais do banco e verifique se há o cadeado de segurança (HTTPS) ao acessar sites. 

6. Alternativas seguras

Se você estiver em uma situação em que precisa se conectar a uma rede pública, mas precisa realizar tarefas financeiras urgentes, siga este checklist: 

  • Conecte-se somente a redes conhecidas e verificadas; 
  • Use VPN confiável e ativada antes de iniciar qualquer acesso; 
  • Desconecte-se da rede assim que terminar a tarefa; 
  • Desative o compartilhamento de arquivos e pastas no dispositivo; 
  • Evite usar dados salvos automaticamente (como preenchimento automático de senhas). 

7. O papel da conscientização digital 

Boa parte dos ataques em redes públicas explora a desinformação e o comportamento imprudente dos usuários. Portanto, a melhor ferramenta contra esse tipo de ameaça é a educação digital. Escolas, empresas e instituições públicas devem promover treinamentos e campanhas sobre cibersegurança, incentivando o uso consciente da tecnologia. 

Apesar de oferecem comodidade, as redes públicas também representam uma porta de entrada para golpes e roubos de dados sensíveis. Em outras palavras, realizar transações financeiras nesses ambientes, sem as devidas precauções, é como fazer uma operação bancária em voz alta no meio da rua: você nunca sabe quem está ouvindo. 

A segurança digital começa por hábitos conscientes e informados. Evitar riscos desnecessários, utilizar tecnologias de proteção como VPNs e adotar autenticação em dois fatores são atitudes simples que podem fazer toda a diferença entre manter suas finanças seguras ou cair em uma armadilha cibernética. 

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