Quando o assunto é planejamento para o futuro, especialmente a aposentadoria, a previdência privada surge como uma alternativa complementar ao INSS. Nesse cenário, duas modalidades se destacam: VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).
Embora pareçam semelhantes, VGBL e PGBL têm diferenças importantes que impactam diretamente na tributação, no benefício fiscal e no planejamento financeiro. Escolher entre eles depende do seu perfil, renda e estratégia de longo prazo. Por isso, neste artigo, você vai entender de forma detalhada as diferenças e semelhanças de ambos. Confira!
O que é previdência privada?
A previdência privada é uma forma de investimento voltada para o longo prazo, geralmente com o objetivo de complementar a aposentadoria. Ela pode ser dividida em duas etapas:
- Fase de acumulação: você faz aportes regulares (ou esporádicos) no plano.
- Fase de benefício: após um tempo, começa a retirar o valor acumulado (em parcelas mensais ou como resgate único).
Existem dois tipos principais:
- PGBL: mais indicado para quem declara IR no modelo completo.
- VGBL: mais vantajoso para quem declara no modelo simplificado ou é isento de IR.
VGBL x PGBL: Entenda as diferenças
Característica | VGBL | PGBL |
Tipo de declaração | Simplificada ou isento | Completa |
Dedução no IR | Não dedutível | Dedução de até 12% da renda bruta tributável |
Incidência de IR | Apenas sobre os rendimentos | Sobre o valor total resgatado |
Indicado para | Quem não declara IR completo ou é isento | Quem contribui para o INSS e faz declaração completa |
Planejamento sucessório | Pode ser usado como ferramenta | Também pode ser utilizado |
Tributação: Progressiva x Regressiva
Independente de ser VGBL ou PGBL, você também precisa escolher um dos regimes de tributação:
Tabela progressiva (semelhante ao salário):
- Alíquotas variam de 0% a 27,5%
- Ideal para quem pretende fazer resgates menores no futuro
- Indicado para quem quer receber benefício mensal
Tabela regressiva (quanto mais tempo, menos imposto):
- Alíquotas de IR diminuem com o tempo:
- Até 2 anos: 35%
- De 2 a 4 anos: 30%
- De 4 a 6 anos: 25%
- De 6 a 8 anos: 20%
- De 8 a 10 anos: 15%
- Acima de 10 anos: 10%
- Ideal para longo prazo
- Preferido por quem quer resgatar tudo de uma vez ou transferir para herdeiros
Quando escolher VGBL?
Indicado para quem:
- Declara o IR modelo simplificado
- É isento do imposto de renda
- Deseja investir para aposentadoria sem deduzir no IR
- Usa o plano como ferramenta de planejamento sucessório (não entra em inventário)
- Quer pagar IR apenas sobre os rendimentos
Exemplo prático: Você investe R$ 100.000, e após alguns anos o valor vai para R$ 150.000. No resgate, você paga imposto apenas sobre os R$ 50.000 de rendimento.
Quando escolher PGBL?
Indicado para quem:
- Faz declaração completa do IR
- Contribui para o INSS ou previdência oficial
- Quer aproveitar o benefício fiscal de dedução de até 12% da renda bruta anual
- Planeja resgatar ou converter em renda no longo prazo
Exemplo prático: Você ganha R$ 100 mil por ano e aplica R$ 12 mil em um PGBL. Ao fazer a declaração completa, pode deduzir esse valor da base de cálculo, o que reduz seu IR a pagar (ou aumenta a restituição).
Qual escolher?
Depende de três perguntas principais:
- Você declara IR no modelo completo?
- Sim → Pode considerar PGBL
- Não ou isento → VGBL
- Você contribui para o INSS ou outro regime oficial?
- Sim → PGBL é elegível para dedução
- Não → VGBL faz mais sentido
- Quer pagar menos imposto sobre o rendimento ou o valor total?
- Se quiser pagar IR apenas sobre o lucro → VGBL
- Se quiser deduzir do IR agora, mesmo pagando sobre o total depois → PGBL
Tanto o VGBL quanto o PGBL são instrumentos úteis de planejamento de longo prazo, mas servem a objetivos diferentes. O segredo é entender o seu perfil, como você declara o Imposto de Renda, e o que espera do seu plano de previdência.
Se o foco é benefício fiscal imediato, o PGBL é o mais vantajoso. Mas se a prioridade é facilidade na hora do resgate e menor imposto, o VGBL pode ser a melhor escolha. Lembre-se: a previdência privada deve ser parte de uma estratégia maior de educação financeira e diversificação. E contar com um bom planejamento pode fazer toda a diferença lá na frente.