Ao investir, muitos acreditam que tomam decisões puramente racionais. No entanto, estudos em finanças comportamentais mostram que nossas emoções e vieses cognitivos têm grande influência sobre nossas escolhas financeiras. Saber identificar esses fatores é fundamental para evitar erros que podem comprometer seus rendimentos. Neste artigo, você entenderá como as emoções influenciam seus investimentos e o que fazer para minimizar esses impactos.
O que são?
As finanças comportamentais são uma área que une psicologia e economia para entender como as pessoas realmente se comportam em relação ao dinheiro. Mas ao contrário da teoria econômica tradicional, que assume que os agentes são racionais, essa disciplina mostra que fatores emocionais, cognitivos e sociais influenciam diretamente as decisões financeiras.
Emoções mais comuns que sabotam seus investimentos
1. Medo
O medo é uma das emoções mais presentes no mercado financeiro. Em momentos de crise ou queda na bolsa, muitos investidores vendem seus ativos precipitadamente para evitar perdas, mesmo que isso signifique sair no prejuízo.
2. Ganância
A busca excessiva por lucros rápidos pode levar ao risco desnecessário. Pois a ganância faz com que investidores comprem ativos supervalorizados, muitas vezes influenciados por “modas do mercado”.
3. Euforia
Na alta do mercado, é comum que investidores se empolguem e acreditem que os preços subirão indefinidamente. Isso pode resultar em compras impulsivas, sem análise adequada.
4. Arrependimento
Decisões passadas mal sucedidas podem gerar medo de errar novamente, então levando o investidor a evitar novas oportunidades ou a permanecer inativo.
5. Excesso de confiança
Investidores que obtiveram bons resultados anteriormente podem superestimar suas habilidades, tomando decisões sem análise adequada ou diversificação.
Vieses cognitivos que influenciam suas escolhas financeiras
Além das emoções, há também “atalhos mentais” que prejudicam sua capacidade de tomar decisões racionais. Veja os principais:
1. Viés da confirmação
Tendência de buscar informações que confirmem suas crenças e ignorar dados contrários. Assim, podendo levar a manter investimentos ruins por orgulho ou convicção equivocada.
2. Ancoragem
Basear-se excessivamente em um dado inicial, como o preço de compra de uma ação, para tomar decisões futuras. Pois isso dificulta a venda de ativos com prejuízo, mesmo quando é a melhor escolha.
3. Aversão à perda
As pessoas tendem a sentir mais a dor de uma perda do que a alegria de um ganho equivalente. Dessa forma, isso pode levar a evitar riscos, mesmo quando eles são calculados e necessários.
4. Efeito manada
Seguir o comportamento da maioria sem fazer análise própria. Muito comum em bolhas especulativas, como criptomoedas ou IPOs em alta.
5. Viés de disponibilidade
Tomar decisões com base em informações recentes ou marcantes, como notícias de grandes lucros ou perdas, em vez de dados concretos.
Exemplos práticos de sabotagem emocional
Caso 1: O investidor impulsivo
João comprou ações de uma empresa porque viu várias notícias positivas e amigos ganhando dinheiro. Não estudou os fundamentos da empresa. Quando as ações caíram, vendeu tudo por medo, concretizando o prejuízo.
Caso 2: A investidora paralisada
Maria perdeu dinheiro com uma aplicação em renda variável. Desde então, deixou de investir e manteve todo seu dinheiro na poupança. A aversão à perda limitou seu crescimento patrimonial.
Como controlar as emoções nos investimentos?
1. Tenha um planejamento financeiro
Defina objetivos claros, prazos e perfil de risco. Pois isso servirá como um guia para suas decisões e evitará mudanças impulsivas de estratégia.
2. Educação financeira constante
Conhecimento reduz a insegurança e ajuda a tomar decisões embasadas. Portanto, leia livros, assista a cursos e acompanhe especialistas confiáveis.
3. Diversifique seus investimentos
Evite colocar todos os recursos em um único ativo. Pois a diversificação reduz riscos e ajuda a lidar melhor com oscilações de mercado.
4. Evite o acompanhamento excessivo
Olhar a carteira todos os dias pode aumentar a ansiedade. Estabeleça períodos para revisão, como mensal ou trimestral.
5. Use ferramentas de automação
Aplicativos e plataformas de investimento podem ajudar a manter a disciplina, com aportes automáticos e rebalanceamento de carteira.
6. Busque apoio profissional
Um planejador financeiro pode ajudar a criar uma estratégia personalizada, ademais, também pode oferecer orientação imparcial nos momentos de instabilidade.
As finanças comportamentais mostram que o maior inimigo dos seus investimentos pode ser você mesmo. Pois emoções como medo, ganância e arrependimento, somadas a vieses cognitivos, podem comprometer seus resultados. Portanto, reconhecer esses fatores é o primeiro passo para superá-los e investir com mais consciência, disciplina e segurança.